olhos pequenininhos,
os meus,
os que me observam
por entre as vastas plantas,
nos flocos das luzes
refletidas por minhas lágrimas,
pelas lágrimas do vento irmão
eu e vou
respirando o novo,
a capacidade que tenho
de verter
o que é dor em conteúdo,
em festas construídas
por meus dedos
no corpo da flauta
no corpo da flauta,
o sopro preciso
de meus pulmões reza
canções para o infinito
de todas as coisas,
e meu irmão
Marko Andrade transcreve
o que penso dedilhando
o seu amado violão
cravejado de estradas intensas,
de radiantes sentidos acordes
frutos de sua genial
engenharia humana musical
Marko Andrade amado,
eu choro e não tenho
uma resposta para esse choro,
acredito compreender
vosso retiro,
as flechas que lança
na pele
dos que ainda possuem pele,
e possuir pele,
passa no mergulho ancestral,
nas passadas
imperiais que só eu ,
você e uns poucos percebem
e os gatos
que se penduram nas naves
dos que querem o vinho maior,
escorre, desliza, evapora
por dentro da alma grupo
dos que esticam
as linhas dos mapas
até não mais existirem países
eu digo, que sou um país,
que você é outro,
que Dangó e Arnaldo Vieira
são nações
( edu planchêz )
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