sábado, 25 de fevereiro de 2017

MARKO ANDRADE amado


 
olhos pequenininhos, 
os meus,
os que me observam
por entre as vastas plantas,
nos flocos das luzes 
refletidas por minhas lágrimas,
pelas lágrimas do vento irmão

eu e vou 
respirando o novo,
a capacidade que tenho 
de verter 
o que é dor em conteúdo,
em festas construídas 
por meus dedos 
no corpo da flauta

no corpo da flauta,
o sopro preciso 
de meus pulmões reza
canções para o infinito 
de todas as coisas,
e meu irmão 
Marko Andrade transcreve
o que penso dedilhando 
o seu amado violão
cravejado de estradas intensas,
de radiantes sentidos acordes
frutos de sua genial 
engenharia humana musical

Marko Andrade amado,
eu choro e não tenho 
uma resposta para esse choro,
acredito compreender 
vosso retiro,
as flechas que lança 
na pele 
dos que ainda possuem pele,
e possuir pele, 
passa no mergulho ancestral,
nas passadas 
imperiais que só eu ,
você e uns poucos percebem

e os gatos 
que se penduram nas naves
dos que querem o vinho maior,
escorre, desliza, evapora
por dentro da alma grupo
dos que esticam 
as linhas dos mapas
até não mais existirem países

eu digo, que sou um país, 
que você é outro,
que Dangó e Arnaldo Vieira 
são nações

( edu planchêz )

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