sábado, 25 de fevereiro de 2017

ATÉ O CHÃO DO SOL

a luneta de vidro 
do intenso futuro
nos mostra no congo 
( eu catarina e aurea )
soltando os muitos 
flamingos da alma
sob sobre 
as crateras da alma
que som palavras
a áfrica desejada

e eu desejo a áfrica,
as retinas dos que lá estão
em nossas retinas
de requintes music literários

e a festa, e o festival
de aves, de falas, 
de mãos tambores
que batem no bater
de nossos corações chocalhos

lembrando das ilhas cagarras,
das setas que delas partem
cortando o oceano
com o sabor 
de nossos corpos de poesia
para na poesia da viagem
de ida e volta
erguer o navio 
dos nossos escritos
até o chão do sol

( edu planchêz )

MARKO ANDRADE amado


 
olhos pequenininhos, 
os meus,
os que me observam
por entre as vastas plantas,
nos flocos das luzes 
refletidas por minhas lágrimas,
pelas lágrimas do vento irmão

eu e vou 
respirando o novo,
a capacidade que tenho 
de verter 
o que é dor em conteúdo,
em festas construídas 
por meus dedos 
no corpo da flauta

no corpo da flauta,
o sopro preciso 
de meus pulmões reza
canções para o infinito 
de todas as coisas,
e meu irmão 
Marko Andrade transcreve
o que penso dedilhando 
o seu amado violão
cravejado de estradas intensas,
de radiantes sentidos acordes
frutos de sua genial 
engenharia humana musical

Marko Andrade amado,
eu choro e não tenho 
uma resposta para esse choro,
acredito compreender 
vosso retiro,
as flechas que lança 
na pele 
dos que ainda possuem pele,
e possuir pele, 
passa no mergulho ancestral,
nas passadas 
imperiais que só eu ,
você e uns poucos percebem

e os gatos 
que se penduram nas naves
dos que querem o vinho maior,
escorre, desliza, evapora
por dentro da alma grupo
dos que esticam 
as linhas dos mapas
até não mais existirem países

eu digo, que sou um país, 
que você é outro,
que Dangó e Arnaldo Vieira 
são nações

( edu planchêz )

Operário máximo da construção reconstrução


 
Se eu fosse europeu 
morando na Europa,
estenderiam tapetes vermelhos 
para eu passar
+ como estou aqui 
nesse país cego
para os verdadeiros artistas,
após mais de 30 anos
de intenso e visceral trabalho,
continuo esquecido 
e em dificuldades,
não é um lamento, é fato.

Operário máximo 
da construção reconstrução,
esse é Antônio Eduardo 
Planchêz de Carvalho,
Edu Planchêz, Silattian,
o Sujeirinha da rua Marangá,
vizinho da cantora poeta 
Fatima Guedes,
duma mesma Praça Seca
repleta de céus balões,
feiras, domingos, coretos,
mangas, 
barrigudinhos de vala...

E eu pulei todos os muros,
as astúcias dos mistérios 
de ser para sempre
Thor emergido 
com seu martelo 
nos arteiros trovões

É uma honra pertencer ao clã
"do povo do vento 
da meia noite",
"dançarinos do abismo"

( edu planchêz )

AMOR GIGANTE


 
ví com minha mulher 
catarina crystal
2 filmes biográficos,
cazuza e renato russo
se moveram 
em nossos sentimentos,
nas imagens sonoras,
no que faremos 
daqui para frente
inspirados em suas lutas

agarrados 
nos lábios do futuro,
nos lábios um do outro,
no minuto seguinte,
nas canções já feitas,
nas que nascem doravante

nas mesma rua 
que flutuam lennon dylan
caminhamos 
derramando orgulho
de pertencer 
ao clã dos desbravadores

outros filmes por ver,
por fazermos 
na escola do mundo
de todos os que nascem 
para o sol
das coisa boas

amo minha mulher 
porque me amo,
porque na música,
no blues, no rock,
nas caricias da harpa
fagote sax trumpett...
jazz samba rumba
do fim começo do mundo
do nosso amor gigante

( edu planchêz )

NOVA TROCA DE PELE


nenhuma idade
todas as idades,
esse sou pós os 27, 
aos dígitos do rock
do aqui e agora,
das rotas que ora se abrem
nessa nova troca de pele
 
o homem por mim construído
aposta na fé em si próprio,
nas frutas frescas, 
no leite,
no simples, 
no que posso fazer
com a flauta, 
com o violão, com a gaita,
a com a pã, com a voz,
com as letras
trazidas dos neurônios 
desse hoje
 
morri e não morri,
rasguei o ombro 
sobre duas rodas,
lembro do triciclo 
de peter tosh,
das aureolas de fogo
usadas pelos encantadores 
de leões
 
voltando a guitarra,
aos berros, ao microfone,
aos giros da blake rimbaud,
com cicatrizes físicas
que posso chamar de tatuagens,
portais do que não podia
ainda ver
 
( edu planchêz )

LIVRO DO FUTURO


 
O Livro das Mutações 
é um livro do futuro,
da esperança renovada,
do que sabe onde pisa
mesmo que esteja 
de olhos fechados

De olhos fechados, 
acendo a listras do corpo
da zebra no meu corpo,
no horto homem nunca vencido,
nunca desatado 
dos parafusos que o ata
aos mastros do céu,
aos astros da terra

A pele que cobre 
a natureza de meu Mestre ( Nitiren )
é a mesma que reveste-me,
que se estende aos muitos, 
aos múltiplos
Guerreiros da Luz
 
( edu planchêz )