segunda-feira, 20 de março de 2017

TERRA DO SEMPRE


um mais um, mais um, mais um...
somando subtraindo,
sou um corpo saindo das trevas,
da negação, do que se isola
sem obter respostas,
para obter respostas

a minha dor 
que não é diferente da tua,
diluída na mentira,
emergida na água,
se move por meus dedos
que ainda pouco tocaram no vidro
de uma lâmpada quente

convivo com o tempo,
com as passadas que fiz e faço
em torno do sol das coisas,
com a ocasional falta de luz,
com o clarão que um dia vi
abruptamente vindo do fundo
das cenas de electra concretra,
teatro do irmão que não sabe
que é meu irmão gerald thomas

mas é vida que segue,
mais um balão de nada destruído,
mais uma morte,
mais um alvorecer da fênix

para os dias paridos
pela a fornalha da arte,
vou trovejando
pousado nas muitas patas
gestadas pelo gênio de salvador dali
nas sementes rubras da romã,
na crista do galo,
no rinoceronte de bronze

a jangada de pedras de sangue
do que esteve no porão
por alguns centímetros 
metros de horas,
agora singra pela superfície
do líquido adormecido
em tonéis de madeira
num canto da terra do sempre

( edu planchêz )

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