sábado, 4 de março de 2017

OLHOS DE LIVROS


Diego El Khouri e Antonin Artaud,
eu os fumo bem apertados
na palha da minha loucura querida,
e a poesia nos remete ao sono
das coisas que nunca dormem
sobre os carcomidos dentes do velho,
da faca que divide nosso cérebro
em fatias, em nacos
que nem mesmo a mãe das cartas
dos amores dos amores
escreveu
E eu nada vou dizer porque nada
está estampado na tela dos degraus
do insondável que nos visita
a essa hora,
que eu fico de campana aguardando
o som do não som
renovar a esfera do que quero
ver nas casas dos meus olhos de livros

( edu planchêz )

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