segunda-feira, 20 de março de 2017

neguinho neguinho


estadia no vento,
nas coisas que não vejo 
sem o ver de todos os videntes,
acima desses olhos turvos
que se escondem nas trevas,
nos oiros
tento, mas não consigo me omitir
diante dos tremores,
das injustiças narradas 
pelo noticiáriodesnoticiário,
pela alfazema que compro 
na feira moderna
carpenters em todas as danças 
da minha mulher,
gostaria de ser 
chamado de meu homem,
homem gostoso, poeta formoso...
a vida é picotada arcada em pedaços,
em supra virilidade,
em rigorosos invernos inesplicáveis,
da fraqueza força,
do fubá o melhor milho
compreendo o crepúsculo do macho,
o intervalo do quase sumir,
e a fênix que mora em meu fêmur
ela ainda vai dizer te amo,
companheiro da extrema intimidade,
neguinho neguinho

( edu planchêz )

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